Donald Trump, ex-presidente republicano, já indicou três juízes para a Suprema Corte dos Estados Unidos e, se eleito para um segundo mandato, poderá nomear outros dois, criando uma maioria conservadora duradoura na Corte, com impactos possíveis por décadas. O resultado da disputa presidencial recente pode garantir que a Suprema Corte se mantenha fora de disputas eleitorais, além de alterar a natureza dos casos que os juízes irão enfrentar, especialmente sobre temas como aborto e imigração.
Dois juízes mais velhos, Clarence Thomas (76 anos) e Samuel Alito (74 anos), podem considerar se aposentar durante o segundo mandato de Trump, uma vez que ele, sendo republicano, teria a chance de nomear substitutos muito mais jovens. Isso garantiria que o domínio conservador na Corte fosse mantido por várias décadas. Trump possui uma lista de mais de 50 nomes de possíveis candidatos, muitos dos quais ele já indicou para tribunais federais de apelação, incluindo ex-assistentes dos juízes Thomas e Alito.
Caso ambos se aposentem, é provável que o façam em momentos distintos, para evitar a instabilidade na Corte, como ocorreu em governos anteriores. Thomas, por sua vez, já declarou não ter planos imediatos de aposentadoria, mas há especulações de que ele possa optar por deixar o cargo antes das eleições de meio de mandato, a fim de evitar um cenário semelhante ao da falecida juíza Ruth Bader Ginsburg, cuja permanência na Corte até sua morte, em 2020, resultou na nomeação de Amy Coney Barrett por Trump, e na consolidação da maioria conservadora.
A vitória de Trump pode também mudar a direção de várias decisões na Suprema Corte. Em sua presidência, os juízes indicados por ele já tomaram decisões históricas, como revogar o direito ao aborto (Roe v. Wade), expandir os direitos de posse de armas e enfraquecer políticas ambientais do governo Biden. Um segundo mandato de Trump, portanto, pode significar a continuidade dessas mudanças, com um impacto ainda mais duradouro na justiça americana.
