Mato Grosso do Sul, 20 de abril de 2025

Irmãos Coutinho voltam a fraudar licitações da saúde e da educação

Em uma nova ação conjunta, o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ambos do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), deflagraram nesta quinta-feira (6) a segunda fase da Operação Turn Off.

A operação mira novamente os irmãos e empresários Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho, acusados de liderarem uma organização criminosa que fraudava licitações e desviava verbas públicas nas áreas de saúde e educação do estado.

Prisões e buscas:

Na ação desta quinta-feira, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva contra Lucas e Sérgio, além de sete mandados de busca e apreensão em Campo Grande. Os irmãos já haviam sido presos em novembro de 2023, durante a primeira fase da Operação Turn Off, mas haviam conseguido liberdade em seguida. Segundo o MPMS, a “total afronta e reiteração criminosa” por parte dos irmãos, que continuaram a praticar crimes, principalmente lavagem de dinheiro, motivou a nova ação.

Modus operandi:

A investigação aponta que os irmãos Coutinho negociavam propina com servidores públicos para obterem vantagens em licitações, garantindo a vitória de suas empresas em detrimento de outras concorrentes. Os contratos investigados na operação somam R$ 68 milhões.

Entre as empresas sob suspeita estão a Maiorca Soluções em Saúde (de Sérgio Coutinho), a Comercial Isototal Ltda (de Lucas Coutinho), a Isomed Diagnósticos e a Health Brasil Inteligência em Saúde Ltda.

Histórico de crimes:

Os irmãos já respondem a diversas ações penais por crimes como fraudes, desvio de dinheiro público e organização criminosa. Em 2022, foram denunciados pelo desvio de R$ 5.610.000,00 na compra de uniformes escolares pela Secretaria de Estado de Educação. Em 2023, a denúncia foi por desvio de R$ 6.523.977,94 na compra de produtos médico-hospitalares pelo Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Já em 2024, a denúncia foi por organização criminosa, corrupção ativa e desvio de R$ 13.000.548,00 na compra de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação.

Outros presos:

Além dos irmãos Coutinho, a operação já prendeu na primeira fase:

  • Simone Ramires de Oliveira Castro (ex-pregoeira da SAD);
  • Andréa Cristina Souza Lima (funcionária da SED);
  • Edio Antônio Resende de Castro (ex-secretário adjunto de Educação);
  • Thiago Haruo Mishima (ex-subsecretário de Comunicação do Governo);
  • Paulo Henrique Muleta Andrade (fisioterapeuta e ex-coordenador técnico da Apae de Campo Grande).

Ações judiciais:

Em 2024, os irmãos Coutinho também foram denunciados por fraudes e corrupção em compras de materiais de ostomia para a Apae de Campo Grande (R$ 22.996.305,73) e por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público na contratação de empresa para emissão de laudos médicos pela Secretaria de Estado de Saúde (R$ 12.330.625,08).

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