Mato Grosso do Sul, 18 de abril de 2025

Com inquérito travado há dois anos, MPMS não consegue avanços para resolver ‘caos’ na Santa Casa

Enquanto nova crise se repete na Santa Casa, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tenta há dois anos mediar a situação, mas sem sucesso. No início deste ano, chegou a mediar audiência entre o hospital e o município de Campo Grande, que terminou sem solução.

Enquanto o MP enrola, a situação da Santa Casa é caótica, com superlotação, falta de itens básicos e salários de funcionários atrasados. Sem conseguir resolver nada, o MPMS já abriu mais de 10 procedimentos que vão de falta de insumos a superlotação.

Sem conseguir resolver nenhum dos problemas, o MPMS instaurou novo procedimento, na semana passada. Desta vez para “acompanhar a formalização de novos convênios e/ou contratos entre a ABCG Santa Casa de Campo Grande, o Município de Campo Grande e o Estado de Mato Grosso do Sul”.

De um lado, o hospital se queixa de conviver com déficit de R$ 1 milhão ao mês e cobra reajuste no contrato com a prefeitura, que foi majorado pela última vez em 2022.

Por outro lado, o município não abre negociação e pediu para prorrogar por mais um mês o atual contrato.

Conforme o hospital, há uma decisão na Justiça que lhe garantiu crédito reajustado de R$ 46 milhões, mas que o município continua recorrendo.

Na reunião, a Santa Casa confirmou que não está em dia com pagamentos a prestadores de serviço e que médicos estão com três folhas de pagamento atrasadas e atrasos de cinco meses no pagamento de fornecedores.

Atualmente, o município repassa R$ 32 milhões mensais, mas o hospital luta para aumentar o valor para R$ 45 milhões.

Governo de Mato Grosso do Sul anunciou que vai enviar R$ 25 milhões para a Santa Casa. O anúncio do repasse ocorreu nesta sexta-feira (28), quatro dias após o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de MS) pedir a pausa do envio de pacientes.

A Santa Casa recebe pacientes das 79 cidades de Mato Grosso do Sul. A crise financeira da entidade foi assunto em audiência pública na Assembleia de MS e objeto de ações judiciais.

“O valor será transferido em três parcelas de R$ 8,3 milhões, sendo a primeira prevista para o dia 20 de abril, e as demais nos dois meses subsequentes. O repasse ocorrerá via Fundo Municipal de Saúde”, explicou o Governo em nota.

MPMS desmembrou inquérito

No entanto, a única deliberação do MP foi que iria aguardar uma resposta do município sobre o reajuste contratual para avaliar a necessidade de instaurar outro procedimento para averiguar a situação, que ocorreu no fim deste mês.

Por fim, o documento assinado pelo promotor e pelos representantes das partes conclui que: “A direção da Santa Casa deve continuar buscando o município para discutir os reajustes necessários”.

A reportagem acionou o MP sobre o inquérito, mas não obteve retorno até esta publicação. A prefeitura também não se manifestou sobre o contrato com o hospital.

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