O leilão da concessão rodoviária da “Rota da Celulose”, projetada para melhorar a infraestrutura de transportes no Mato Grosso do Sul, foi adiado por falta de interessados. A entrega dos envelopes, prevista para a manhã desta segunda-feira (2), e a concorrência marcada para sexta-feira (6), não aconteceram, como confirmou o Valor Econômico.
O governo do Estado, por meio do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), informou em nota oficial que o leilão será reagendado. A nova data será comunicada ao mercado assim que definida.
O projeto da Rota da Celulose abrange 870 quilômetros de rodovias estaduais e federais, incluindo as BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395. O contrato de concessão previa investimentos de aproximadamente R$ 6 bilhões, com a execução de obras como a duplicação de 116 quilômetros de vias e R$ 3 bilhões em custos operacionais ao longo de 30 anos.
O objetivo da concessão era melhorar a logística de um setor estratégico para o estado: a indústria de celulose. Os trechos licitados passam por nove municípios, incluindo Campo Grande, Três Lagoas e Bataguassu, e são essenciais para o desenvolvimento do Corredor Bioceânico, que conecta o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por outros países da América do Sul.
O projeto prevê quase 200 quilômetros de novas obras, incluindo duplicações, contornos e vias marginais. A gestão e fiscalização do contrato ficariam sob responsabilidade do governo estadual, sem o envolvimento direto da União.
Em setembro, o governador Eduardo Riedel havia apresentado o projeto a empresários na B3, em São Paulo, destacando a positividade do encontro e o interesse de possíveis investidores. Na ocasião, Riedel afirmou: “Foi uma reunião extremamente positiva, onde o mercado se fez presente e agora é esclarecer as dúvidas para se ter o melhor resultado possível.”
Embora o leilão tenha sido adiado, o governo estadual ainda não detalhou se haverá mudanças no edital ou novas medidas para atrair mais interessados.