O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou multas que totalizam R$ 107,5 milhões a duas empresas envolvidas em um incêndio de grandes proporções no Pantanal. A investigação do Ibama concluiu que o fogo, que devastou 17.817 hectares e atingiu 12 propriedades rurais, teve origem em trabalhos de manutenção realizados em uma ferrovia próxima a Porto Esperança, em Corumbá (MS).
O incêndio, iniciado em 16 de agosto e controlado apenas uma semana depois, foi causado por fagulhas provenientes do uso de uma serra policorte durante a manutenção da ferrovia. Apesar dos esforços dos trabalhadores para conter as chamas, as condições climáticas adversas, com baixa umidade, altas temperaturas e ventos fortes, contribuíram para a rápida propagação do fogo, que consumiu gramíneas e árvores nativas.
A concessionária responsável pela ferrovia foi autuada por provocar o incêndio e danificar a cobertura vegetal do bioma, além de descumprir condicionantes do licenciamento ambiental. A empresa terceirizada que realizava a manutenção também foi multada por sua participação no crime ambiental.
O Ibama está investigando as medidas emergenciais adotadas pelas empresas e se elas cumpriram as notificações emitidas. A legislação exige a comunicação imediata de qualquer acidente ambiental e a adoção de ações para minimizar os danos. As empresas também foram notificadas a apresentar um plano de recuperação dos dormentes danificados e um relatório detalhado sobre as ações de resposta ao incêndio. O não cumprimento dessas notificações pode resultar em novas multas.
O Ibama ressalta a importância de ampliar as medidas de segurança para prevenir incêndios florestais, especialmente em face das mudanças climáticas. Recomenda-se a ampliação de aceiros, ajuste nos horários de serviços que geram fagulhas, treinamento de equipes de combate a incêndios e outras medidas adequadas à região.
