Uma ex-miss de Mato Grosso do Sul foi apontada como líder de uma quadrilha que utilizava dados de pessoas em situação de rua e usuários de drogas para comprar iPhones em lojas de departamento e revendê-los sem nota fiscal.
A operação, denominada “Operação Online”, foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) após denúncias de vítimas.
Modus operandi e vítimas
A quadrilha atuava há pelo menos 1 ano e meio em Campo Grande.
Os membros abordavam pessoas em situação de rua e usuárias de drogas, as convencendo a abrir crediários em lojas de departamento. Com os dados das vítimas, compravam iPhones parcelados, pagavam apenas a entrada e revendiam os aparelhos sem nota fiscal por valores entre R$ 3.900 e R$ 6 mil.
Em ao menos uma ocasião, uma vítima foi ameaçada com um revólver. Os celulares eram enviados pelos Correios para outras cidades do estado.
Investigações e prisões
As investigações começaram em setembro de 2023 após a denúncia de uma vítima. Três dos líderes da quadrilha fugiram do estado para dificultar as investigações.
Um dos funcionários da loja de departamentos envolvidos no esquema, que já havia sido demitido por causa da alta inadimplência nas vendas, foi preso no dia 10 de junho por equipes da Decon. Ele já tinha um mandado de prisão em aberto por violência doméstica.
Loja clandestina e apreensões
A loja de departamentos utilizada pela quadrilha não possuía alvará de funcionamento e era alvo de disputa entre grupos que dominam o contrabando na região central da cidade. Durante a operação, foram apreendidos R$ 50 mil em celulares importados, 766 capinhas de celular, cabos, fones e caixas de som.
Situação da ex-miss
A ex-miss e seu marido, também envolvido no esquema, fugiram para Santa Catarina.
Equipes da Decon a localizaram e a notificaram que será indiciada por estelionato. Dois funcionários da loja que participavam da fraude, emitindo notas na revenda dos aparelhos, ainda serão ouvidos pela polícia.