O noticiário recente sobre planos de saúde é dominado por polêmicas, mudanças de gestão e um cenário em constante transformação.
As operadoras do setor estão buscando soluções para lidar com problemas como o aumento dos custos, a judicialização e a baixa rentabilidade de alguns segmentos.
Cancelamentos unilaterais em alta: Um dos principais sinais dessa mudança é o crescimento exponencial de cancelamentos unilaterais de planos de saúde.
Entre janeiro e abril deste ano, o número de cancelamentos chegou a 5.888, um aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Para evitar que a situação se agravasse, a Câmara dos Deputados e as operadoras chegaram a um acordo para conter os cortes.
Mudanças nas estratégias de gestão: As operadoras também estão implementando mudanças em suas estratégias de gestão para se adaptar ao novo cenário.
No último dia 6 de junho, a Golden Cross anunciou a suspensão temporária da venda de novos planos de saúde a partir de 18 de junho. A partir de 1º de julho, os clientes da operadora serão atendidos na rede credenciada da Amil.
A Prevent Senior também tomou medidas semelhantes, suspendendo a venda de planos em São Paulo e no Rio de Janeiro no início deste mês.
Prejuízo nos planos individuais e por adesão: As mudanças atingem principalmente os planos de saúde individuais e por adesão, que são menos rentáveis para as operadoras.
A Amil, por exemplo, anunciou o cancelamento de 35 mil contratos por adesão, mas 5 mil desses cancelamentos foram revistos após o acordo feito em Brasília. Os cancelamentos restantes, porém, serão mantidos.
Novo marco legal em busca de soluções: As empresas do setor defendem um novo marco legal para o setor, com o objetivo de modernizar a legislação de 1998 e torná-la mais adequada à realidade atual.
As mudanças propostas incluem a segmentação de produtos, novas regras para diminuir a judicialização dos contratos e a criação de mecanismos para controlar os custos com novas tecnologias, como as terapias gênicas.
Segmentação de produtos: As operadoras defendem a possibilidade de oferecer planos com coberturas mais específicas, como planos voltados apenas para serviços ambulatoriais ou cirurgias.
Essa medida teria como objetivo reduzir custos e aumentar a rentabilidade de alguns segmentos.
Redução da judicialização: As empresas também buscam regras que garantam a primazia dos contratos, diminuindo a quantidade de processos judiciais relacionados à saúde suplementar.
Isso se torna ainda mais importante diante dos elevados custos com novas terapias, como as terapias gênicas.
Futuro incerto para alguns grupos: Analistas alertam que as mudanças no setor podem ter um impacto negativo em alguns grupos, como as pessoas que fazem parte de planos por adesão e os idosos acima de 60 anos.
A tendência, segundo o consultor José Roberto Araújo, é que essas pessoas migrem para o SUS no médio prazo.