Mato Grosso do Sul, 19 de abril de 2025

Revolução nos planos de saúde: cancelamentos, fusões e novas regras

O noticiário recente sobre planos de saúde é dominado por polêmicas, mudanças de gestão e um cenário em constante transformação. 

As operadoras do setor estão buscando soluções para lidar com problemas como o aumento dos custos, a judicialização e a baixa rentabilidade de alguns segmentos.

Cancelamentos unilaterais em alta: Um dos principais sinais dessa mudança é o crescimento exponencial de cancelamentos unilaterais de planos de saúde. 

Entre janeiro e abril deste ano, o número de cancelamentos chegou a 5.888, um aumento de 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Para evitar que a situação se agravasse, a Câmara dos Deputados e as operadoras chegaram a um acordo para conter os cortes.

Mudanças nas estratégias de gestão: As operadoras também estão implementando mudanças em suas estratégias de gestão para se adaptar ao novo cenário. 

No último dia 6 de junho, a Golden Cross anunciou a suspensão temporária da venda de novos planos de saúde a partir de 18 de junho. A partir de 1º de julho, os clientes da operadora serão atendidos na rede credenciada da Amil. 

A Prevent Senior também tomou medidas semelhantes, suspendendo a venda de planos em São Paulo e no Rio de Janeiro no início deste mês.

Prejuízo nos planos individuais e por adesão: As mudanças atingem principalmente os planos de saúde individuais e por adesão, que são menos rentáveis para as operadoras. 

A Amil, por exemplo, anunciou o cancelamento de 35 mil contratos por adesão, mas 5 mil desses cancelamentos foram revistos após o acordo feito em Brasília. Os cancelamentos restantes, porém, serão mantidos.

Novo marco legal em busca de soluções: As empresas do setor defendem um novo marco legal para o setor, com o objetivo de modernizar a legislação de 1998 e torná-la mais adequada à realidade atual. 

As mudanças propostas incluem a segmentação de produtos, novas regras para diminuir a judicialização dos contratos e a criação de mecanismos para controlar os custos com novas tecnologias, como as terapias gênicas.

Segmentação de produtos: As operadoras defendem a possibilidade de oferecer planos com coberturas mais específicas, como planos voltados apenas para serviços ambulatoriais ou cirurgias. 

Essa medida teria como objetivo reduzir custos e aumentar a rentabilidade de alguns segmentos.

Redução da judicialização: As empresas também buscam regras que garantam a primazia dos contratos, diminuindo a quantidade de processos judiciais relacionados à saúde suplementar. 

Isso se torna ainda mais importante diante dos elevados custos com novas terapias, como as terapias gênicas.

Futuro incerto para alguns grupos: Analistas alertam que as mudanças no setor podem ter um impacto negativo em alguns grupos, como as pessoas que fazem parte de planos por adesão e os idosos acima de 60 anos. 

A tendência, segundo o consultor José Roberto Araújo, é que essas pessoas migrem para o SUS no médio prazo.

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